Tema importante na teoria polÃtica é o de liberdade. Com uma ampla gama de significados, no seu sentido negativo, entendido como não interferência, trás reflexos práticos claramente distinguÃveis no campo da ação polÃtica. Nesta ótica, o ideário (neo)liberal se apropria deste conceito para em prol da liberdade, tida como bem supremo, defender a diminuição do Estado. Neste sentido, o presente artigo tem como intuito questionar esta premissa que alicerça o pensamento (neo)liberal. Que liberdade é essa alcançada, sobretudo pelas classes menos favorecidas, diante do encolhimento do Estado? Diante do pequeno rol de opções que o pobre acaba tendo e que dificulta o exercÃcio da cidadania, parece ser uma falácia a concepção de que na “corrida†rumo ao sucesso, todos tem igualdade de oportunidades. Nesta perspectiva, a crença bastante presente de que a pobreza pode ser explicada por falta de esforço diante de uma clara possibilidade de ascensão de todos os competidores no mercado não passa de uma
ilusão, assim como a tese de que a não interferência estatal garante a tão almejada liberdade individual. Este pensamento parece muito mais uma forma de privilegiar uma parcela diminuta da população e encobrir um modo de produção injusto e excludente.
Important theme in political theory is the freedom. With a wide range of meanings, in its negative sense, understood as non-interference, it get practical reflections clearly distinguishable in the field of political action. In this view, the (neo)liberal ideology appropriates this concept for in the promoting of freedom, regarded as the supreme good, defend less state. In this sense, this article has the intention to question this premise that underpins the (neo)liberal thought. What freedom is achieved mainly by lower classes, before the shrinking of the state? Given the small list of options that the poor end up with and that hinders the exercise of citizenship, seems to be a fallacy that in the notion that "race" toward success everyone has equal opportunities. In this perspective, this very present belief that poverty can be explained by lack of effort on a clear possibility of rise of all competitors in the market is merely an illusion, as well as the thesis that no state interference guarantees as longed individual freedom. This thought seems much more a way of favoring a small fraction of the population and cover a mode of production exclusive and unjust.