O presente ensaio tem o objetivo de questionar um postulado largamente
difundido nos Estudos Literários brasileiros: o de que Lima Barreto foi descriminado e
incompreendido por todos os setores da CrÃtica Literária do seu tempo. Não apenas se trata
de um lugar comum, como demonstramos que o autor de Os Bruzundangas também teve
algum reconhecimento, e este veio através daquele que é considerado por muitos historiadores
da nossa literatura como o principal crÃtico literário do Modernismo – Alceu Amoroso Lima,
o Tristão de AthaÃde. Em 1919, Alceu publicou na sua coluna diária de O Jornal o texto “Um
DiscÃpulo de Machadoâ€, tecendo consideráveis elogios ao estilo e à obra de Lima Barreto,
filiando-o como um dos principais discÃpulos de Machado de Assis. Demonstrar as
particularidades e o ineditismo do referido texto crÃtico é o objetivo deste trabalho,
contribuindo para o questionamento do cânone da CrÃtica Literária e do próprio processo
modernista brasileiro.
The following essay aims to question a widely truth spread throughout the
Brazilian Literary Studies: that Lima Barreto was discriminated and misunderstood by all the
Literary Criticism sectors from his time. It is a common sense, because the author of Os
Bruzundangas was a bit recognized by Alceu Amoroso Lima (Tristão de AthaÃde), certainly
our best modernist literary critic. In 1919, Alceu published “Um DiscÃpulo de Machadoâ€, a
critic press essay dealing with some aspects of Barreto’s work and style. Our paper intends to
explore and demonstrate some particularities of this piece of critical work by Alceu, giving
some contributions to reconsider the Literary Criticism and the Brazilian modernist process
itself.