LIMITES DO CORPO: SIGNOS DO FEMININO NO TEXTO POPULAR PORTUGUÊS

Guavira Letras

Endereço:
Avenida Ranulpho Marques Leal, 3484 - Distrito Industrial II
Três Lagoas / MS
79613-000
Site: http://www.guaviraletras.ufms.br
Telefone: (67) 3509-3701
ISSN: 1980-1858
Editor Chefe: Kelcilene Grácia-Rodrigues
Início Publicação: 01/08/2005
Periodicidade: Trimestral

LIMITES DO CORPO: SIGNOS DO FEMININO NO TEXTO POPULAR PORTUGUÊS

Ano: 2014 | Volume: 10 | Número: 18
Autores: Hermano de França Rodrigues
Autor Correspondente: H. de F. Rodrigues | [email protected]

Palavras-chave: romanceiro popular, cultura, feminino

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Em épocas longínquas, o corpo feminino fora submetido a um atroz processo de subordinação e apagamento, pautado em discursos maniqueístas, responsáveis por caracterizá-lo como receptáculo do mal. Durante a profusão religiosa da Idade Média, contornada por estigmas e ideologias patriarcais, a mulher sucumbiu-se ante o desejo e o olhar do homem. Pelas mãos do amante, do cônjuge e, mesmo, do progenitor, seu corpo sofreu um esfacelamento físico e moral. O mundo gótico, com seus paradigmas advindos do cristianismo, subtraiu do feminino o prazer sexual, as escolhas e, em certos momentos, cerceou-lhe a liberdade. Essa imagem se infiltrou de tal forma no texto popular que as vicissitudes do tempo e do espaço mostraram-se impotentes e, logo, não foram capazes de apagá-la. O romanceiro tradicional, assim, constitui um templo, ao mesmo tempo clássico e mediévico, onde a mulher revive e desnuda as faces do passado. Quando adúlteras, mentirosas, pecadoras, são sancionadas violentamente por seu senhor (ou senhores). Nossa proposta de trabalho reside em examinar, a partir de uma abordagem semióticodiscursiva, o romance popular Brancalinda, com o propósito de compreender os valores axiológicos que impingem, no universo semiótico em questão, à subalternização do corpo feminino.



Resumo Inglês:

In distant times, the female body had been subjected to a horrific process of subordination and erasure, based on Manichaean responsible speeches by characterizing it as a receptacle of evil. During the Middle Ages religious riot, circumvented by stigmas and patriarchal ideologies, the woman succumbed themselves before the desire and the gaze of man. The hands of a lover, spouse, and even the parent, your body suffered a physical and moral disintegration. The gothic world, with its paradigms coming of christianity, subtracted female sexual pleasure, the choices and at times, has undercut him freedom. This image has seeped so popular text in the vicissitudes of time and space have proved powerless and therefore were not able to delete it. The traditional romanceiro, thus a temple at the same time classic and medieval, where women denuded and revive the faces of the past. When adulterers, liars, sinners are punished violently by his master (or masters). Our proposed work is to examine, from a semiotic-discursive approach, the popular romance Brancalinda , with the purpose of understanding the axiological values that impinge on the semiotic universe in question, the subordination of the female body.