Embora a descrição da literatura não se reconheça como participante da tradição gramatical, as ciências da linguagem e da literatura tornaram-se vizinhas em meio ao continente das ciências da cultura desde o advento da linguística, há cerca de dois séculos. Sua convivência acabaria sendo, porém, negligenciada mais tarde pelas gramáticas formais e pelo cognitivismo ortodoxo. Mas, como a semiótica das culturas se apoia em conquistas teóricas procedentes do método comparativo e aprofundadas pelo estruturalismo, é possível conceber uma linguística dos textos que se expanda em direção a uma ciência das obras. Os estudos linguísticos e literários têm, sem dúvida, muito a ganhar com a intensificação de suas interações dentro do vasto território das ciências da cultura.
Although the description of literature does not belong to the grammatical tradition, since the advent of linguistics, two centuries ago, the science of language and the science of literature met in the field of cultural sciences. Their meeting, however, was to be neglected later in the formal grammars and in orthodox cognitivism. Yet the semiotics of cultures relies on theoretical achievements resulting from the development of a comparative method within structuralism. It is therefore possible to conceive a linguistics of texts that extends into a science of works. Linguistic and literary studies undoubtedly have much to learn from their interactions within the broad field of cultural sciences.