O artigo detalha o projeto de teatro desagradável de Nelson Rodrigues e as personagens marginais de Plínio Marcos à luz de um procedimento utilizado por ambos os dramaturgos em seus textos para a cena: a linguagem de rua. Por meio da análise de determinadas críticas sobre as peças dos autores, destacamos o funcionamento de instâncias legitimadoras e sublinhamos o papel que a linguagem de rua assume para a sua validação artística. Por meio da apreensão da ideia do que está por detrás de um sucesso teatral, examinamos o significado da marginalidade, tanto para um autor que praticamente fundou a modernidade teatral brasileira, quanto para outro que alterou o mapa das experiências realistas até então realizadas nos palcos do país.