Dada a necessidade de problematizar as formas de leituras contemporâneas circunscritas à s novas tecnologias, estas que tanto instituem regimes do olhar e do dizer o museu virtual, quanto demandam investimentos teórico-analÃticos que subsidiem o campo educacional e o discursivo, este artigo tem por objetivo compreender o funcionamento do espaço virtual, enquanto materialidade significante, na composição das condições de possibilidade dos sentidos da arte. Para isso e subsidiados pelos dispositivos teóricoanalÃticos da Análise de Discurso franco-brasileira, elegemos a tese de que o modo de composição da arquitetura do Museu Casa de Portinari, no espaço virtual, (re)escreve as linhas de visibilidade desse espaço outro no qual é promovida a constituição de diferentes formas de ‘olhar’ a arte. O gesto de leitura empreendido exigiu formular a noção de campo heterotópico de estabilização, o que possibilitou compreender que a reprodutibilidade técnica da obra de arte, ao se inscrever no espaço virtual, produz uma mutação no regime de visibilidade que faz a materialidade do enunciado artÃstico.