Não é difÃcil encontrar na literatura brasileira obras em que construções discursivas e narrativas do feminino aparecem
figuradas pelo poder masculino. Nelas prevalecem, por exemplo, preconizações de personagens negras femininas
subjugadas, não só ao patriarcalismo, como também a representações envolvidas por traços de inferioridades, virilidade acentuada e de valoração negativa de suas diversidades étnico-culturais. Ao se acrescentar a essa realidade a invisibilidade da escritura de mulheres negras, no cenário da tradição literária, poderemos mais facilmente entender a literatura, que se quer diferenciadora, inovadora e transgressora, por elas produzida. Destarte, este texto fará uma leitura interpretativa de práticas de (des) silenciamentos da autoria literária e de vozes literárias de escritoras negras, que, como formações discursivas, desfilam longe de estigmas e de apagamentos e próximas de marcas de alteridades.