Quando em 2005 foi criada, por iniciativa do Profes- sor George Christodoulou, a Seção “Literatura e Psiquiatria†da Associação Mundial de Psiquiatria (WPA), durante a Assembleia Geral do Congresso realizado no Cairo no verão desse ano, deu-se um passo importante dentro da empresa intelectual que pôs em destaque a vinculação entre a Medi- cina Mental e as Humanidades. O tema, entretanto, não era novo e está presente desde a própria concepção da especia- lidade. Nas palavras de Philippe Pinel: “Poucos objetos na medicina são tão fecundos como a mania (no sentido anti- go, como sinônimo de ‘loucura’) em pontos de contato nu- merosos, em aproximações necessárias entre essa ciência, a filosofia moral e a história do entendimento humanoâ€, ideia que contém o germe do que agora se considera seu caráter de “encruzilhada†entre a biologia e as Humanidades, entre a medicina e a história das mentalidades e, sobretudo, sua condição de fenômeno social.