Luanda e Maputo: inflexões suburbanísticas da cidade socialista à cidade-metrópole neoliberal

urbe. Revista Brasileira de Gestão Urbana

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ISSN: 21753369
Editor Chefe: Rodrigo José Firmino, Harry Alberto Bollmann e Tomás Antonio Moreira
Início Publicação: 31/12/2008
Periodicidade: Semestral

Luanda e Maputo: inflexões suburbanísticas da cidade socialista à cidade-metrópole neoliberal

Ano: 2012 | Volume: 4 | Número: 2
Autores: Isabel Simões Raposo; Sílvia Jorge; Sílvia Viegas; Vanessa Melo
Autor Correspondente: Isabel Simões Raposo | [email protected]

Palavras-chave: cidade socialista, cidade neoliberal, paradigmas suburbanísticos, luanda e maputo.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Luanda e Maputo, duas capitais africanas da lusofonia, são marcadas por crescentes desigualdades socioespaciais. Os centros urbanizados dessas urbes, traçados pela e para a sociedade colonial e onde hoje reside a maioria da população de maiores recursos, distinguem-se dos densos e extensos subúrbios habitacionais suburbanizados, onde outrora residia a sociedade colonizada e hoje se acantona a população de menores recursos. Nos primeiros anos de independência, em contexto de ideologia de inspiração socialista, economia planificada e planeamento centralizado, ambos os países visaram diminuir as desigualdades socioespaciais herdadas do colonialismo, intervindo nos subúrbios. A partir de finais da década de 80 do século XX, com o início da liberalização económica e política, que levou, em Moçambique, à descentralização (ainda emergente em Angola), surgem novos actores, indutores de diferentes modelos de cidade e de fazer cidade, diversificando-se os tipos de intervenções suburbanas. A explosão, segregação e complexidade socioespacial desses subúrbios tem-se intensificado com a adopção do modelo de cidade neoliberal, competitiva e desigual. Tomando como referência esses dois grandes períodos sociopolíticos e urbanísticos, este artigo restitui, num olhar cruzado e crítico, diferentes tipos de intervenção nos subúrbios habitacionais semiurbanizados. O seu principal objectivo é reflectir sobre a circulação de influências e os paradigmas suburbanísticos em que se inscrevem.



Resumo Inglês:

Luanda and Maputo, two major Lusophone African capitals, are marked by growing socio-spatial inequalities. Their urbanized centers, traced by and to the colonial society and where today lives the population with more resources, differs from the dense and extensive residential sub-urbanized suburbs, once inhabited by the colonized society and where currently lives the lower income population. In the first years of the independence, in the context of a socialist ideology, planned economy and centralized planning, both countries aimed to diminish the socio-spatial inequalities inherited from colonialism, intervening in the suburbs. From the late eighties of the twentieth century, with the beginning of the economic and political liberalization, which led, in Mozambique, to decentralization (emerging in Angola), new actors emerging and inducing different models of city and of doing the city, diversifying the types of suburban interventions. Explosion, segregation and socio-spatial complexity of these suburbs are intensifying with the model of the neoliberal city, competitive and unequal. Taking as a reference these two big socio-political and urban periods, this paper returns, in a crossed and critical look, different types of interventions in the residential sub-urbanized suburbs. Its main objective is to reflect upon the circulation of influences and the sub-urban paradigms in which they are inscribed.