A concepção popular de luta sintetiza as formas de agência dos sujeitos diante as múltiplas temporalidades dos conflitos sociais. Nesse texto, discutimos como a trajetória de vida de uma mulher das classes populares é impactada a partir de sua inserção em espaços de militância. Utilizando abordagem sociobiográfica, analisamos as narrativas de uma vendedora ambulante de Belo Horizonte que encontrou nos movimentos por moradia uma saída para fazer frente às adversidades. Os resultados sugerem que esse engajamento pode diversificar as estratégias mais imediatas de “viração” dos sujeitos, assim como podem levar a uma expansão objetiva e subjetiva de seus horizontes sociais.
The working-class common understanding of struggle integrates subjects' different contexts of agency concerning the various temporalities of social conflicts. In this text, we aim to discuss how the life trajectory of a working-class woman is impacted from the moment she becomes involved in militant spaces. Using a socio-biographical approach, we examine the narratives of a Belo Horizonte female street vendor who joined a housing movement as a coping strategy for adversities. The results suggest that this engagement can diversify individuals' most immediate strategies for "getting by," as well as an objective and subjective expansion of their social horizons.