O artigo pretende debater as questões dos limites do corpo conforme proposto pela artista plástica brasileira Lygia Clark, por meio de suas obras sensoriais (1965/1969). Para tal fim, foi realizada uma pesquisa documental em textos de críticos de arte, jornais e cartas da artista, durante o período de sua produção até exposições mais recentes. O corpo passou a fazer parte da obra, possibilitando o questionamento das sensações que são impostas por instrumentos (objetos sensoriais) e por espaços onde se inserem. A obra desses artistas passou a questionar não somente o que é arte, mas também o local onde essas peças podiam ser apresentadas. Leitora do filósofo Merleau-Ponty, Clark propunha experiências fenomenológicas, participativas, que não deixavam o espectador passivo perante os movimentos do objeto e do corpo. Assim, Lygia Clark posicionou-se diante dos limites, sensoriais e éticos do corpo, a interação entre corpo e obra por meio da problematização ou mesmo da inversão de performances generificadas.
The article aims to discuss the body's limits of issues as proposed by the Brazilian artist Lygia Clark, through its sensory works (1965/1969). To this end, a documentary research on art critics texts was held, newspapers and letters of the artist during the period of its production to more recent exhibitions. The body became part of the work, allowing the questioning of sensations that are imposed by instruments (sense objects) and areas where they operate. The work of these artists began to question not only what art is, but also where these pieces could be displayed. Reader of Merleau-Ponty philosopher, Clark proposed phenomenological, participatory experiences, which did not allow the passive spectator before the subject's movements and body. Thus, Lygia Clark stood before the limits, sensory and ethical body, the interaction between body and work through questioning or even reversal of gendered performances.