A má oclusão Classe III foi inicialmente descrita por Angle, em 1899, através do seu sistema de classificação das más oclusões, baseado na relação molar, que apresentava nestes casos o sulco mésio-vestibular do primeiro molar inferior posicionado mesialmente em relação à cúspide mésio-vestibular do primeiro molar superior. A mordida cruzada anterior e o perfil facial côncavo são caracterÃsticas observadas no exame clÃnico. A literatura aponta uma prevalência que varia de 1 a 5 por cento dentre as más oclusões e sua etiologia está relacionada a fatores gerais, locais e hereditários. O diagnóstico adequado é indispensável para a decisão do tratamento, uma vez que pode ser observado o envolvimento de vários tecidos, tais como dentes, ossos e musculatura, que caracterizam, respectivamente os tipos de Classe III dentária, esquelética e funcional. O retrognatismo maxilar, o prognatismo mandibular e a combinação destas discrepâncias são freqüentes nos problemas esqueléticos. Devido ao fato do agravamento da má oclusão com o decorrer da idade do paciente o diagnóstico correto e tratamento precoce visam promover um ambiente favorável para o crescimento, minimizando a complexidade do tratamento em idade adulta. Os aparelhos mais utilizados para o tratamento precoce da Classe III são: máscara ortopédica facial, com ou sem expansão rápida da maxila, regulador de função Frankel FR-3, mentoneira, associada ou não ao aparelho de protração maxilar. Mesmo que o diagnóstico e plano de tratamento sejam feitos corretamente, o prognóstico dependerá de fatores como: idade e colaboração do paciente; magnitude da má oclusão; comportamento vertical e sagital das bases apicais; presença de compensações dentárias e mecânica utilizada. Este trabalho tem como objetivos oferecer conhecimento para a realização do diagnóstico precoce da má oclusão Classe III e descrever técnicas para seu tratamento.