Mário de Sá-Carneiro e a festa parisiense da belle époque

Anuário De Literatura

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Pós-Graduação em Literatura - Centro de Comunicação e Expressão - Campus Universitário - Trindade - Florianópolis
Florianópolis / SC
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ISSN: 21757917
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Início Publicação: 30/11/1993
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Letras

Mário de Sá-Carneiro e a festa parisiense da belle époque

Ano: 2016 | Volume: 21 | Número: 2
Autores: Teresa Cristina Cerdeira da Silva
Autor Correspondente: Anuário de Literatura | [email protected]

Palavras-chave: festa, belle époque, modernidade, vanguarda, cidade

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Resumo Português:

O episódio da Festa da Americana em A Confissão de Lúcio dá a ver a ambiência da Belle Époque parisiense. A Festa desempenha aí um duplo papel: o da teatralização e o do aprendizado. De um lado, essa orgia mágica ilustra perfeitamente a noção batalliana de “despesa” da qual se afastam as limitações e as regras do trabalho. De outro, pode-se certamente ver aí o amálgama inesperado do gozo e da aptidão intelectual, da desmedida orgíaca e da busca espiritual, o que faz pensar no Banquete platônico. Esse refinamento erótico da linguagem não está longe das linhas sinuosas, das volutas e da ornamentação da Arte Nova em que se destaca a Belle Époque Francesa. A herança impressionista do jogo de cores, a aventura baudelairiana da correspondência das sensações, a experiência conjunta de excesso e de sutileza oferecem aos expectadores uma mise en scène da voluptuosidade, tal como a concebe essa estranha mulher, espécie de porta-voz do autor que, como tantos outros artistas, veio a Paris no alvorecer do século XX para experimentar o gozo da modernidade.