Malês: uma passagem a ser concretizada

Revista Terra & Cultura

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ISSN: 0104-8112
Editor Chefe: Leandro Henrique Magalhães
Início Publicação: 01/09/1981
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Multidisciplinar

Malês: uma passagem a ser concretizada

Ano: 2006 | Volume: 22 | Número: 42
Autores: Agnaldo Kupper
Autor Correspondente: Agnaldo Kupper | [email protected]

Palavras-chave: escravos islamizados, revoltas, permanência e ruptura, influências malês

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Malês eram escravos islamizados, que organizaram várias revoltas na Bahia, entre 1807 e 1835. Pertenciam às etnias ‘hauça’, ‘nagô’, ‘tapa’ e ‘jeje’; originários do golfo de Benin. Muitos escravos maometanos tinham elevado padrão cultural: sabiam ler e escrever o árabe. As revoltas dos malês culminaram com a ocupação de Salvador em 1835, quando os escravos atacaram vários quartéis e prisões, mas acabaram sendo derrotados pelas forças policiais. Ao final deste último conflito, pelo menos oito soldados brancos e setenta negros estavam mortos, além de centenas de feridos. Foram presos 281 escravos, dos quais dezesseis foram condenados à morte. Analisar a presença malê, sua dispersão após a grande revolta de 1835 e o enraizamento de sua cultura entre nós, é resgatar para a História os rostos daqueles que lutaram e lutam por princípios, crenças e cidadania.



Resumo Inglês:

Malês were Muslim slaves who organized several revolts in Bahia between 1807 and 1835. They belonged to the ‘Hauça’, ‘Nagô’, ‘Tapa’ and ‘Jeje’ ethnic groups, originally from the Bight of Benin. Many Muslim slaves had a high cultural standard: they knew how to read and write Arabic. The Malês revolts culminated in the occupation of Salvador in 1835, when the slaves attacked several barracks and prisons, but were eventually defeated by the police forces. At the end of this last conflict, at least eight white soldiers and seventy blacks were dead, in addition to hundreds of wounded. 281 slaves were arrested, of whom sixteen were sentenced to death. Analyzing the Malê presence, their dispersion after the great revolt of 1835 and the rooting of their culture among us, is to rescue for History the faces of those who fought and fight for principles, beliefs and citizenship.