Manifestações clínicas da doença hidática policística apresentadas por 26 pacientes atendidos no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, Brasil

Revista Pan-Amazônica de Saúde (RPAS)

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ISSN: 2176-6223
Editor Chefe: Isabella M. A. Mateus
Início Publicação: 02/01/2010
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Ciências Biológicas, Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Multidisciplinar

Manifestações clínicas da doença hidática policística apresentadas por 26 pacientes atendidos no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, Brasil

Ano: 2013 | Volume: 4 | Número: 4
Autores: Ulysses Garzella Meneghelli, Marcia Guimarães Villanova, Ângela Delete Bellucci, Fernanda Fernandes Souza
Autor Correspondente: Ulysses Garzella Meneghelli | [email protected]

Palavras-chave: equinococose hepática, hepatopatias parasitárias, calcinose

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Objetivando descrever as manifestações clínicas da doença hidática policística, procedeu-se à análise dos prontuários médicos de pacientes atendidos de novembro de 1978 a outubro de 2008 no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, Brasil. Dentre os 26 pacientes encontrados, verificou-se que o fígado foi comprometido em 96,2% deles, os pulmões em 23,1% e tanto mesentério como o baço em 19,2%. Cistos calcificados foram verificados em 84,6% dos casos, indicando doença não recente. Emagrecimento, febre, náuseas, vômitos, diarreia, sensação de distensão abdominal, de plenitude epigástrica e, principalmente, dores epigástricas e/ou no hipocôndrio direito, em 80% dos casos, precederam o aparecimento de complicações. Na fase de agravamento, o crescimento das massas císticas, comprimindo estruturas condutoras de líquidos orgânicos, levou ao evento mais grave: icterícia persistente, observada em sete pacientes (26,9%), acompanhada por sinais de hipertensão portal em seis deles (19,2%), dadas por compressão no hilo hepático. Em três casos, a colestase seguiu o trânsito transdiafragmático do parasito para o tórax, em dois com evolução para fístula biliobrônquica; um dos pacientes faleceu no pós-operatório de tentativa terapêutica, e outro sobreviveu após colocação de prótese biliar. Um paciente com colestase crônica e hipertensão portal teve hemorragia digestiva fatal. A rotura de cistos em canais biliares, determinando icterícia transitória, foi observada em cinco pacientes (19,2%). A resolução espontânea dos cistos foi observada em dois pacientes. Admitindo-se que cistos recentes sejam mais permeáveis às drogas curativas, presume-se que o reconhecimento da doença em suas manifestações iniciais propiciará terapêutica mais eficaz.



Resumo Inglês:

In order to describe clinical manifestations of polycystic hydatid disease, it was analyzed the medical records of patients assisted from November 1978 to October 2008 in the Hospital das Clínicas in Ribeirão Preto, São Paulo State, Brazil. Among these patients, there were 26 ones with that disease and it was verified that the liver was the organ most often involved in 96.2%, the lungs 23.1% and both mesentery as spleen in 19.2%. Calcified cysts were detected in 84.6% of cases, indicating no recent illness. Weight loss, fever, nausea, vomiting, diarrhea, feeling of abdominal bloating and mainly epigastric pain and/or the right hypochondrium, in 80% of cases, preceded the appearance of complications. In the worst stage, the growth of cystic masses, compressing conducting structures of organic liquids, led to the most serious event: persistent jaundice observed in seven patients (26.9%), accompanied by signs of portal hypertension in six patients (19.2%), due to compression in the hepatic hilum. In three cases cholestasis followed the transdiaphragmatic access from the parasite to the thorax; in two cases cholestasis progressed to biliobronchial fistula. A patient died during the post-surgery period of therapeutic strategy and the other one survived after a biliary stent insertion. A patient with chronic cholestasis and portal hypertension had a fatal gastrointestinal bleeding. The rupture of cysts in bile ducts, defining temporary jaundice, was observed in five patients (19.2%). A spontaneous resolution of the cysts was observed in two patients. Admitting that recent cysts are more permeable to curative drugs, it is assumed that the recognition of the disease in its early manifestations will provide more efficient therapy.



Resumo Espanhol:

Con el objetivo de describir las manifestaciones clínicas de la enfermedad hidatídica poliquística, se procedió al análisis de los historiales médicos de pacientes atendidos de noviembre de 1978 a octubre de 2008 en el Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, Brasil. Entre los 26 pacientes encontrados, se verificó que el hígado estaba comprometido en 96,2 %, los pulmones en 23,1 % y tanto el mesenterio como el bazo en 19,2 %. Quistes calcificados aparecieron en 84,6% de los casos, indicando enfermedad no reciente. Adelgazamiento, fiebre, náuseas, vómitos, diarrea, sensación de distensión abdominal, de plenitud epigástrica y, principalmente, dolores epigástricos y/o en el hipocondrio derecho, en 80% de los casos, precedieron la aparición de complicaciones. En la fase de agravamiento, el crecimiento de las masas quísticas, comprimiendo estructuras conductoras de líquidos orgánicos, condujo al suceso más grave: ictericia persistente, observada en siete pacientes (26,9%), acompañada de señales de hipertensión portal en seis de ellos (19,2%), dadas por compresión en el hilio hepático. En tres casos, a la colestasis se siguió el tránsito transdiafragmático del parásito al tórax, en dos con evolución para fístula biliobronquial; uno de ellos falleció en el postoperatorio de intento terapéutico, y otro sobrevivió luego de que se le colocara una prótesis biliar. Un paciente con colestasis crónica e hipertensión portal tuvo una hemorragia digestiva fatal. La ruptura de quistes en canales biliares, determinando ictericia transitoria, se observó en cinco pacientes (19,2%). Una solución espontánea de los quistes fue observada en dos pacientes. Admitiendo que quistes recientes sean más permeables a las drogas curativas, se presume que el reconocimiento de la enfermedad en sus manifestaciones iniciales propiciará una terapéutica más eficaz.