As sociedades, ao longo da História, criaram códigos com o objetivo de nortear as relações entre grupos e pessoas. No Brasil, os manuais de etiqueta e civilidade eram utilizados com a pretensão de formar uma burguesia emergente, desejosa em aparentar boas maneiras, especialmente, nas primeiras décadas do século XX. Este artigo é decorrente de pesquisa sobre o cotidiano feminino no período de 1940 a 1960. Foram utilizados três manuais de civilidade e regras de etiqueta, como fontes empíricas, objetivando uma revisão histórica de aspectos da vida das mulheres, no contexto do Brasil, com a finalidade de recuperar uma História pautada na invisibilidade. Os manuais analisados eram consultados por mulheres de elite que neles se espelhavam para desempenhar papéis comportamentais na sociedade e permitiram descrever fragmentos esparsos da vida das mulheres, pelo grande número de regras sociais que normatizavam seu comportamento.