No presente estudo, apresentamos dois escritores que criaram por meio do diálogo intertextual: o brasileiro Manuel Bandeira (1886-1968) e o italiano Luciano De Crescenzo (1928). De Manuel Bandeira enfocamos o diálogo intertextual criador e re-criador em suas poesias, focando na análise da construção intertextual do poema “Antologia”, por meio da intertextualidade restrita ou autotextualidade. De Luciano De Crescenzo consideramos três romances: Elena, Elena, amore mio; Nessuno e Ulisse era un fico, para nos determos rapidamente no terceiro e analisar nele a reescritura do mito de Ulisses, já empreendida por De Crescenzo, com base no diálogo intertextual com os textos homéricos, em Nessuno. Nós nos apoiamos em considerações de Rosenbaum (1993), Thomazello-Ramos (1994), Ramos & Nigro (1998), Ramos & Bellissimo (2017), Sant’Anna (1988) e Dallembach (1979), para confrontarmos as homologias existentes entre as construções intertextuais dos dois autores estudados.