Mapeando a medicalização infantil e o uso de psicotrópicos entre crianças na literatura brasileira.

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ISSN: 21787719
Editor Chefe: Angelo Ferreira Monteiro
Início Publicação: 31/12/2009
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Multidisciplinar

Mapeando a medicalização infantil e o uso de psicotrópicos entre crianças na literatura brasileira.

Ano: 2022 | Volume: 13 | Número: 1
Autores: Cátia Batista Tavares, Luna Rodrigues
Autor Correspondente: Cátia Batista Tavares | [email protected]

Palavras-chave: medicalização infantil. psicotrópicos. crianças.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A medicalização escamoteia questões sociopolíticas, econômicas, culturais e afetivas, redescrevendo-as como fenômenos individuais e biológicos. Trata-se de um processo complexo, não linear e multideterminado, por meio do qual variações nos modos de existência vêm sendo identificadas como patologias. A infância tornou-se alvo privilegiado desse processo, resultando em um aumento vertiginoso no consumo de psicotrópicos por crianças. Com o intuito de mapear os debates sobre o uso de psicotrópicos entre crianças na literatura brasileira, realizamos uma revisão de literatura nas plataformas Scielo e BVS. A partir da busca realizada, foram selecionados 32 artigos e construídas três categorias relacionadas aos tópicos: escola, serviços de saúde e propostas de desmedicalização. Os resultados apontaram que a tríade relacional escola/TDAH/psicotrópicos representou a medicalização, destacando-se na maior parte dos artigos analisados. Os encaminhamentos recorrentes da escola para os serviços de saúde, e a ausência de pesquisas que analisassem o atendimento dessa demanda, sugerem a formação de uma parceria disfuncional, que tende a alimentar os processos de medicalização ao invés de questioná-los. Conflitos e disputas entre os atores não permitiam espaços de escuta para a criança. Ainda assim, foram mapeadas na literatura possibilidades de resistência e iniciativas de desmedicalização. Conclui-se que o cenário da educação vem sendo amplamente discutido, mas ainda se investe pouco em pesquisas que abordem o tema nos serviços de saúde.Palavras-chave: medicalização infantil. psicotrópicos. crianças.



Resumo Inglês:

Medicalization conceals socio-political, economic, cultural and affective issues, redescribing them as individual and biological phenomena. It is a complex, non-linear and multi-determined process, through which variations in the modes of existence have been identified as pathologies. Childhood became a privileged target of this process, resulting in a vertiginous increase in the consumption of psychotropic drugs by children. In order to map debates on the use of psychotropic drugs among children in Brazilian literature, we performed a literature review on the Scielo and VHL platforms. From the search performed, 32 articles were selected and three categories related to the topics were built: school, health services and demedicalization proposals. The results showed that the relational triad school/ADHD/psychotropic drugs represented medicalization, standing out in most of the articles analyzed. The school’s recurrent referrals to health services, and the absence of research that analyzed the fulfillment of this demand, suggest the formation of a dysfunctional partnership, which tends to feed the medicalization processes instead of questioning them. Conflicts and disputes between the actors did not allow listening spaces for the child. Even so, possibilities of resistance and demedicalization initiatives were mapped in the literature. It is concluded that the education scenario has been broadly discussed, but still little is invested in research addressing the issue in health services.Keywords:infant medicalization. psychotropic drugs. children.