Neste artigo mostramos evidências da existência de sistemas numéricos baseados em classificadores de pedras em um número de famílias linguísticas/línguas não relacionadas do Noroeste da América do Sul, como Kawapana, Cholón-Hibito, Munichi e, provisoriamente, Quingnam, que emergiram devido a calque/tradução de empréstimo (Weinreich 1963; Epps 2006, 2013). Além disso, embora a língua doadora fique desconhecida, argumentamos que se trata de um caso de gramaticalização de classificadores numéricos pouco documentada, stone>classifier, como foi apresentado em Conklin (1981), para línguas como o Gorontalo, o Kam-Muang, o White Tai e as línguas austronésias ocidentais (Conklin 1981: 233-234, mencionado em Aikhenvald (2000: 446). Além disso, a uma evidência etno-histórica e histórica (Reeve 1994: 125) do que as sociedades pré-hispânicas da área Maranhão-Huallaga compartilharam um sistema de troca comercial baseado em pedras de sal, isso é digno de nota, visto que famílias linguísticas contiguas, como o Quechua e a Chicham não exibem este padrão de formação dos seus numerais. Desse modo, afirmamos, temporariamente, que estas redes de troca comum podem ter sido a motivação sociohistórica para a difusão deste padrão de calque na área.
In this article we claim that stone classifier-based numeral systems in a number of unrelated North-western South American language families/languages such as Kawapanan, Cholón-Hibito, Munichi, and, tentatively, Quingnam emerged due to calquing or loan translation (Weinreich 1963; Epps 2006, 2013). In addition, although the donor language remains unknown, we argue for this to be a case of a poorly attested grammaticalisation path of numeral classifiers and numerals, namely STONE>CLASSIFIER, as presented in Conklin (1981), for languages such as Gorontalo, Kam-Muang, White Tai and Western Austronesian languages (Conklin 1981, 233, 234; mentioned by Aikhenvald 2000, 446). Moreover, ethnohistorical and historical evidence (Reeve 1994, 125) suggests that pre-Hispanic societies in the Marañón-Huallaga area shared a salt-stone-based trading system, henceforth SBT. This is remarkable, since other adjacent language families, such as Quechua and Chicham, do not show such a pattern for the formation of their own numerals. We claim, tentatively, that these common trade networks may be the sociohistorical motivation for the diffusion of this calquing pattern in the area.