MARANHENSE. E POR QUE NÃO TIMBIRA? OS ADJETIVOS PÁTRIOS E GENTÍLICOS À LUZ DA ECOLINGUÍSTICA

Revista de Letras

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ISSN: 0101-8051 / 2358-4793
Editor Chefe: Maria Elias Soares
Início Publicação: 31/12/1977
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Letras, Área de Estudo: Linguística

MARANHENSE. E POR QUE NÃO TIMBIRA? OS ADJETIVOS PÁTRIOS E GENTÍLICOS À LUZ DA ECOLINGUÍSTICA

Ano: 2018 | Volume: 2 | Número: 37
Autores: M. C. D. de Castro, G. B. dos Santos
Autor Correspondente: Maria Célia Dias de Castro, Gisélia Brito dos Santos | [email protected]

Palavras-chave: Adjetivos pátrios. Adjetivos gentílicos. Ecolinguística.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

No léxico da língua, os adjetivos pertencem a uma classe de nomes que se juntam aos substantivos para acrescentar-lhes significados e características, exercendo papel fundamental na descrição dos objetos e dos eventos do mundo. Nesse conjunto lexical, o qualificativo denomina-se adjetivo pátrio quando se refere à nação, como “brasileiro”, da mesma forma que a naturalidade “maranhense” está associada ao território, o que não ocorre com “timbira”, por exemplo. Esses adjetivos derivam do nome do lugar ou da nação, no que decorre chamarem-se pátrios. Mas ao se pensar no povo, pessoas com costumes similares que habitam determinadas localidades, o conceito acionado é o gentílico, como “potiguar”, “gaúcho”, “capixaba”. Estes adjetivos designativos de raça ou região de origem podem também ser chamados étnicos. Muitos autores não diferenciam os adjetivos que fazem referência ao lugar, à nacionalidade, à pátria dos que referenciam determinados grupos humanos de procedência comum. Esses dois pontos de vista muito interessam à análise ecolinguística, aporte teórico que estuda as inter-relações entre o homem, a língua e o meio ambiente ou território, em sua totalidade, o ecossistema linguístico (COUTO, 2007). Dessa perspectiva decorre a importância de centrar a investigação no meio ambiente, espaço territorial identitário em que a língua se realiza; no homem, com suas origens que o instituem; e na língua, que estabelece a mediação dessa relação do homem com o território. Diante disso, este trabalho objetiva investigar em algumas gramáticas, tradicionais ou mais modernas, o que elas apontam como adjetivo pátrio e como gentílico com o propósito de verificar essa correlação com a linguística ecossistêmica. Os procedimentos metodológicos desta pesquisa bibliográfica são indutivos, com uma abordagem qualitativa, do tipo exploratória e explicativa. Os resultados apontam para a não diferenciação entre adjetivos pátrios e gentílicos na maioria das gramáticas analisadas, ocorrendo o apagamento dos gentílicos, principalmente em função das políticas linguísticas impositivas.