Nas duas últimas décadas do século XIX, neuroses e outras doenças nervosas (como neurastenia, histeria ou fraqueza nervosa) tiveram uma presença marcante na cultura da saúde da cidade de Buenos Aires. Essas condições apareceram não apenas na literatura médica, mas também em anúncios de objetos e serviços destinados a combatê-los. O objetivo deste artigo é analisar, focalizando temas relacionados ao mercado, consumo e estratégias publicitárias, duas dimensões dessas ofertas de cura. De um lado, a proliferação de substâncias (tônicos, óleos e remédios) vendidas em farmácias e outros pontos de distribuição. Por outro lado, o desenvolvimento de empreendimentos terapêuticos dirigidos por médicos e equipados com diversos implementos técnicos (centros de hidroterapia, eletroterapia, ginástica mecânica, entre outros). Os médicos ingressaram no mercado de ofertas contra doenças nervosas por centros cujos serviços também eram promovidos como objetos de consumo por meio de propagandas e outros meios de divulgação. O artigo procura localizar as características essenciais desse complexo mercado, atendendo aos atores sociais que ali intervieram e às tensões e negociações entre eles.
In the last two decades of the nineteenth century, neuroses and other nervous diseases (such as neurasthenia, hysteria or nervous weakness) had a relative significance in the health culture of Buenos Aires. These maladies appeared not only in medical literature, but also in graphical advertising of objects and services intended to combat them. The purpose of this paper is to analyze, focusing on topics related to the market, consumption and advertising strategies, two dimensions of these healing offers. On the one hand, the proliferation of substances (tonics, oils and drugs) sold in drugstores and other distribution points. On the other hand, the development of therapeutic institutes directed by physicians and equipped with various technical implements (hydrotherapy centers, electrotherapy, mechanical gymnastics, among others). The doctors joined the market of offers against nervous diseases by founding centers whose services were also promoted as consumer goods through advertisements and other means of dissemination. The article tries to locate the essential features of this complex market, attending to the social actors who intervened there and to the tensions and negotiations between them.
En las últimas dos décadas del siglo XIX las neurosis y otras enfermedades nerviosas (como la neurastenia, la histeria o la debilidad nerviosa) tuvieron una marcada presencia en la cultura sanitaria de la ciudad de Buenos Aires. Esas afecciones aparecieron no sólo en la literatura médica, sino también en las publicidades de objetos y servicios destinados a combatirlas. El objetivo de este artículo es analizar, poniendo el foco en tópicos ligados al mercado, el consumo y las estrategias de publicidad, dos dimensiones de esas ofertas curativas. Por un lado, la proliferación de sustancias (tónicos, aceites y específicos) vendidas en farmacias, boticas y otros puntos de distribución. Por otro lado, el desarrollo de emprendimientos terapéuticos dirigidos por médicos y equipados con diversos implementos técnicos (centros de hidroterapia, electroterapia, gimnasia mecánica, entre otros). Los doctores se sumaron al mercado de ofertas contra las enfermedades nerviosas mediante la fundación de centros cuyos servicios también fueron promocionados como objetos de consumo a través de avisos y otros medios de difusión. El artículo intenta localizar los rasgos esenciales de ese complejo mercado, atendiendo a los actores sociales que allí intervinieron y a las tensiones y negociaciones entabladas entre ellos.
