No campo religioso, mais especificamente nas crenças e práticas presentes na tradição católica, a presença de Maria é uma constante que se manifesta de várias maneiras. No entanto, quando se refere à Maria, é difícil saber de qual espaço religioso estamos falando. Se a religião contém e expressa o ethos de uma população, como afirma Geertz, que aspectos de nosso ethos as devoções a Maria estão expressando? Este artigo visa analisar os significados conferidos à Maria, à luz dessas questões. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, com algumas incursões em dados empíricos. Entende-se que a tradição judaico-cristã percorreu um longo caminho no processo de significação à Maria, centralizando tais significados na maternidade, articulando-a a uma visão restritiva da sexualidade feminina.