Este artigo propõe uma discussão sobre a literatura erótica e inicia com uma reflexão genealógica da ordenação do desejo na mitologia grega, demonstrando a fuga da espontaneidade presente em Eros em detrimento de seu irmão Anteros (Ordem). Pensando a partir do confronto de Eros e Anteros, fez-se um recorte da obra do Marquês de Sade e, então, uma reflexão crítica da concepção do erótico e da ordem presentes em suas obras, com destaque para ‘Os 120 dias de Sodoma’. Ao pesquisar sua obra, concebida durante os internamentos em sanatórios e prisões, percebem-se seus escritos como disciplinadores do sexo, nos quais o autor não pensa o erótico como uma possibilidade do compartilhar dos corpos e do desejo, mas sim como a destruição moral e, por vezes, física do Outro. Se a sua concepção de erotismo impõe a ordem e o disciplinamento, sua escrita, ao contrário, é uma busca incessante de transgressão, ou seja, no ato da escrita é que Sade contribui para uma reflexão sobre a liberdade.
This article proposes a discussion of erotic literature and begins with a genealogical reflection of ordination of desire in Greek mythology, demonstrating the escape of spontaneity in this Eros at the detriment of his brother Anteros (Order). Thinking from the confrontation between Eros and Anteros, it was a clipping of the work of the Marquis de Sade, and then a critical conception of the erotic and order in their work, especially 'The 120 days of Sodoma' . While researching his work, conceived during internment in sanatoriums and prisons, we can see his writings as disciplinarians of sex in which the author does not think the erotic as a possibility of sharing of bodies and desire, but as the moral destruction, and sometimes physically Other. If your conception of eroticism impose order and discipline, your writing, by contrast, is a incessant search of transgression, the act of writing is that Sade contributes to a reflection on freedom.