Partindo da publicização nacional da realidade prisional capixaba, este artigo visa
discutir a função polÃtica da prisão, na tentativa de evidenciar transformações sócio-
históricas que possibilitam a manutenção do estado de dominação presente nas prisões
brasileiras e, ao mesmo tempo, as insistentes expressões de combate à tal lógica,
encampadas por movimentos dos direitos humanos. Trata-se de pesquisa documental que se
utilizou do Relatório do Conectas Direitos Humanos de 2010 sobre a situação prisional do
EspÃrito Santo como dispositivo de análise da questão prisional brasileira. Dessa forma, a
análise foi realizada a partir do cruzamento do referido relatório com documentos oficiais
de governo e a bibliografia sobre o tema. Constata-se que as prisões funcionam como
dispositivos do biopoder contemporâneo que tem como uma de suas facetas a produção de vida zoé, insacrificável e matável. Por seu turno, as práticas de liberdade se apresentam
cotidianamente nos movimentos sociais, subvertendo a lógica do medo encampada no
estado de dominação.