Este artigo focalizará a questão da materialidade do texto e dos seus suportes, indissociável das suas condições de produção, transmissão e recepção. Para abordá-la, colocaremos em diálogo o pensamento de Jacques Rancière e de Roger Chartier. O primeiro parte do mito platônico do Fedro para fixar a dupla crÃtica que é feita à escrita: ser ao mesmo tempo muda e falante demais, e trata de uma nostalgia da presença, da letra órfã à procura de um pai, de um corpo em que encarnar. Chartier, por sua vez, confere ênfase à s transformações das práticas de leitura no percurso do rolo ao códice e na mais recente revolução que consistiria no novo suporte representado pelas telas.