A melancolia, o discurso melancólico e suas relações com a mídia e com o consumo

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Início Publicação: 31/12/1974
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Letras

A melancolia, o discurso melancólico e suas relações com a mídia e com o consumo

Ano: 2011 | Volume: 36 | Número: 61
Autores: Ernesto Söhnle Jr.
Autor Correspondente: E. Söhnle Jr | [email protected]

Palavras-chave: melancolia, discurso melancólico, discurso do capitalista. consumo, mídia

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Pretendemos, partindo da revisão estrutural da melancolia em Freud, Lacan e
seus leitores, apontar os ecos estilísticos da mania no discurso melancólico de
Louis-Ferdinand Céline. Para tal, confrontamos a obrigação celiniana de tamponar o
vazio do real com a verdade toda, própria de seu estilo maníaco, com a forma
shandiana assumida pelo Machado maduro, onde a ficção melancólica produz,
paradoxalmente, um saber/satisfazer-se com a vida, baseado em uma verdade nãotoda.
Na sequência, examinamos os efeitos do discurso melancólico, a partir da
invenção do significante depressão, abduzido pelo discurso da ciência e articulado
pela mídia, sob os auspícios do discurso do capitalista. O que nos confronta com
uma ideologia da depressão, antecipada pela melancolia poética dos Paraísos
artificiais. Entretanto, essa ilusão de civilização sem mal-estar, via política da
felicidade, é capaz de produzir certas consequências narcotizantes no laço social,
que vão da toxicomania medicamentosa, compatível com a sociedade de consumo,
até o apetite desagregador pelas drogas ilícitas.



Resumo Inglês:

Starting from the strutural revision of the melancholy in Freud, Lacan and their
readers, we intend to point out the stylistic echoes of mania in the melancholic
speech of Louis-Ferdinand Celine. For this, we confronted the celiniana obligation to
cover the emptiness of the real with the entire truth, a peculiar from its maniac style
with the shandiana form assumed by Machado maduro, where the melancholic fiction
produces paradoxically a know-how/self-satisfaction with the life based in a nonentire
truth. In the sequency, we examined the effects of melancholic speech from
the invention of the significant depression, abducted by the science speech and
articulated by the media over the auspicious from the capitalist speech. That is what
confront us with the depression’s ideology, antecipated by the poetic melancholy
from the Artificial paradises. However, this civilization’s illusion without discomfort
through the hapiness’ policies is able to produce certain narcotics consequences in
the social link, that go from the medically toxicomania, compatible with the society’s
consume, until the desegregation appetite of the illicit drugs.