Memória Amordaçada: o massacre do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto

Lumina

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Telefone: (32) 2102-3601
ISSN: 19814070
Editor Chefe: Gabriela Borges Martins Caravela
Início Publicação: 31/05/2007
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Comunicação

Memória Amordaçada: o massacre do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto

Ano: 2021 | Volume: 15 | Número: 2
Autores: K. Gomes, J. Cardoso, P. F. Perazzo, B. Heller
Autor Correspondente: K. Gomes | [email protected]

Palavras-chave: história, memória, silêncio, caldeirão de santa cruz do deserto

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O artigo visa discutir a produção da memória amordaçada a partir das discussões da memória, da história e do silenciamento sobre o massacre do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, episódio da história do Ceará, estado do Nordeste brasileiro, ocorrido há menos de um século em uma comunidade sociorreligiosa liderada pelo beato José Lourenço, na região do Cariri, em 1937. A pesquisa se sustenta na categoria de memórias subterrâneas de Michel Pollak, para entender como a história do massacre ficou silenciada, mas não esquecida. O corpus de análise é composto por relatos de três remanescentes que guardaram o acontecimento na memória, mesmo não tendo tido ação direta no episódio. As narrativas orais dos episódios permitiram entender os processos pelos quais a memória social é amordaçada e como vem à superfície. Entende-se que o massacre do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto pode ser considerado como uma dessas histórias do tempo presente, porque conta com as lembranças de personagens, daqueles que atuaram, viveram ou mesmo testemunharam os acontecimentos. No entanto, é uma memória amordaçada, visto que foi silenciada de modo violento.