O Santuário de Elefantes Brasil é uma instituição destinada a receber elefantes que passaram suas vidas em circos e zoológicos. O espaço, fundado em 2013, opera unicamente por meio de doações que são incentivadas no site da instituição, principal portal de acesso ao Santuário - uma vez que não é um espaço aberto à visitação. A narrativa do Santuário sobre sua origem é marcada pela necessidade de proteção de elefantes que passaram suas vidas em precárias condições em circos e zoológicos da América Latina; desse modo, a história do Santuário é produzida em composição com as memórias dos elefantes. Esse artigo propõe pensar em como a biografia de Maia, Guida, Rana, Ramba e Lady (elefantas do Santuário) se associam à biografia da própria instituição. O argumento aqui é que esse intercruzamento coloca em relação a expertise do SEB, os elefantes e também um público potencialmente doador que, nos termos do SEB, é estimulado a ser parte da “manada”. Sobretudo, essa reflexão evidencia como o SEB compõe narrativas a partir de especifica noções de natureza, proteção e resgate de elefantes no Brasil.
The Santuário de Elefantes Brasil is an institution designed to receive elephants that have spent their lives in circuses and zoos. The space, founded in 2013, is maintained through donations that are encouraged on the institution's website, that are the main access to the Sanctuary narratives - since the space it is not open to visitors. The Sanctuary's narrative about its origin includes the need to protect elephants who spent their lives in precarious conditions in circuses and zoos in Latin America, thus the history of the Sanctuary is produced in composition with the memories of elephants. This article proposes to think about how the biography of Maia, Guida, Rana, Ramba and Lady (elephants of the Sanctuary) are associated with the biography of the Institution itself. The argument here is that this interconnection puts in relation: the expertise of the SEB, the elephants and also potential donors that, in SEB's own terms, are encouraged to be part of the “herd”. Above all this reflection shows how SEB composes narratives based on specific notions of nature, protection and rescue of elephants in Brazil.
