Este trabalho se propõe a estabelecer um estudo da saga O tempo e o vento, observando a construção dos perfis das personagens Maria Valéria e Bibiana a partir da relação com seus objetos (a vela e a cadeira de balanço) e com o Sobrado, com o sentido de casa defendido por Gaston Bachelard que proporciona ser o espaço poético do Rio Grande do Sul. A intenção é se demonstrar como estas personagens na velhice se tornam as portadoras de uma memória viva da famÃlia Terra Cambará enquanto representação do povo gaúcho. Assim, este trabalho se baseia num estudo de memória em oposição à história que leva em consideração a visão de Maurice Halbwachs de que uma memória individual se constrói na memória coletiva e a perpetua. Analisam-se as personagens Maria Valéria e Bibiana como memórias individuais que se tornam representativas da memória coletiva gaúcha pela sua capacidade de na velhice ser a voz persistente em manter o Sobrado vivo como locus de cruzamento do passado com o presente.