O texto em questão pretende discutir a relação memória-esquecimento, e as implicações desse binômio para as relações de cuidado. Parte do pressuposto de que o momento presente, aqui denominado contemporaneidade, manifesta-se paradoxalmente, e, conquanto esse caráter possa ser corroborado a partir de várias relações, tais como as relações identidade-alteridade, racional-estético, encantamento-desencantamento, e etc., pretende-se focar um desses muitos paradoxos, a saber: a relação entre a tradição e a emergência, vista dialeticamente. Para tanto, investigará tal paradoxo, por um lado, à luz da crÃtica nietzschiana da tradição e, por outro, à luz da importância e do sentido de temporalidade, bem como sugerirá possibilidades de um cuidado que se efetive tanto por meio da memória quanto por meio do esquecimento.