O objetivo central nesse texto é explicitar a prática do maracatu na cidade de Fortaleza enquanto expressão e manifestação da cultura popular, rica em aspectos simbólicos e espaços de sociabilidade, aprendizado e integração cultural; momentos de liberação e contestação da ordem vigente. A população vive a cidade a seu modo, produzindo lazer e festa. Os rituais que a constituem situam-se entre o universo religioso e profano, o que confere mais autonomia para a população operar nesses espaços. A manifestação popular aqui apresentada possui como característica fundamental a imbricação entre o sagrado e o profano, cujo entendimento implica considerá-los em conjunto. São exatamente as fronteiras pouco definidas desses campos que oferecem margem às práticas, as experiencias, representações, igualmente à diversão e ao lazer constituindo-se em momentos importantes de sociabilidade, mas também de resistências e contestações.