No presente artigo analisa-se um processo artístico-pedagógico com mulheres em situação de cárcere em 2019 no Presídio Feminino de Florianópolis, em Santa Catarina. Compreende-se que uma das estratégias da prisão é a invisibilização das pessoas a ela submetidas, sendo que suas histórias são construídas por outros e, mesmo alicerçadas em estigmas, procurou-se ir na contramão desses processos. Assim, as proposições da oficina tiveram como foco o desenvolvimento de práticas que convocassem uma reapropriação e ressignificação das histórias de vida, a partir do terreno do teatro. Buscou-se, a partir da escuta dos materiais gerados e do próprio processo, a construção de uma escrita que não omitisse as vozes das mulheres que fizeram a oficina, mas que, pelo contrário, colocasse-as em foco.
This article analyzes an artistic-pedagogical workshop with incarcerated women. The workshop took place in 2019, at the Women’s Prison of Florianópolis, in the State of Santa Catarina, Brazil. Prisons strategically makes its subjects invisible, as their stories are constructed by other people and based on stigmas. The author and her collaborators tried to go against these strategies. Thus, the workshop focused on the development of practices intended to enable the reappropriation and re-signification of the participants’ life stories, using theater. Drawing on the theatrical devising process used with the women, this article attempts not to omit the voices of the women who participated in the workshop but to bring them into focus.
Este artículo analiza un proceso artístico-pedagógico con mujeres em prisión, que tuvo lugar em 2019, en el Penal de Mujeres de Florianópolis, em Santa Catarina. Al comprender que una de las estrategias de la prisión es la invisibilidad de las personas sometidas a ella, ya que sus historias son construidas por otros e incluso a partir de estigmas, intentamos ir en contra de estos procesos. Así, las propuestas del taller se centraron em el desarrollo de prácticas que exigían una reapropiación y re significación de las historias de vida, a partir del terreno del teatro. A partir de escuchar los materiales generados y el proceso em sí, buscamos construir una escritura que no omitiera las voces de las mujeres que hicieron el taller, pero que estuvieran enfocadas.