A palavra interação, já existente em nosso vocabulário e comum entre indivÃduos que a buscam sob o propósito de se comunicarem, assume proporções relevantes quando se fala em texto ficcional e/ou autobiográfico, posto que, sob uma nova perspectiva, estes não se mostram apenas através do sujeito que os produz, mas, também, através de uma complexa ação de recepção dando a falar o sujeito/leitor que os consome. Sob estas considerações, este artigo, respaldado na estética da recepção e fundamentado nos pressupostos de Wolfgang Iser sobre a interação do texto com o leitor, busca entender o “conflito da leitura†vivenciado e dramatizado por Graciliano Ramos em Memórias do Cárcere e Em Liberdade por Silviano Santiago, bem como o processo de relacionamento dos diferentes discursos entre estes textos – memória e ficção – processo este legitimado pela teoria da intertextualidade que referencia o caminho palimpsesto trilhado por Silviano ao se “apropriar das memórias do outro†transcendendo-a num texto ficcional, conjugando memória e imaginação.