Esse artigo discute a problematização da tortura no livro Memórias do Esquecimento, publicado pelo jornalista Flávio Tavares em 1999. A tortura foi uma prática intensamente utilizada contra militantes políticos de oposição à ditadura militar no Brasil. Flávio Tavares articula em seu relato aspectos práticos e subjetivos relacionados a sua percepção sobre a tortura, a condição dos presos e as motivações dos agentes torturadores. A obra caracteriza-se como uma narrativa de testemunho e é analisada a partir da relação conflituosa entre memória e esquecimento. Contempla-se ainda a relação de poder desigual a que os presos estavam submetidos e as possíveis implicações físicas e psíquicas para eles. A discussão realizada tem como aporte teórico autores como Michael Pollak, Peter Burke, Michel Foucault, Márcio Seligmann-Silva, Erving Goffman, dentre outros.
This article discusses the problematization of torture in the book Memórias do Esquecimento, published by journalist Flávio Tavares in 1999. Torture was an intensely used practice against political militants opposed to the military dictatorship in Brazil. In his report, Flávio Tavares articulates practical and subjective aspects related to his perception of torture, the condition of prisoners and the motivations of torture agents. The book is characterized as a testimony narrative and is analyzed from the conflicting relationship between memory and oblivion. It also contemplates the unequal power relationship to which prisoners were subjected and the possible physical and psychical implications for them. The theoretical discussion is based on authors such as Michael Pollak, Peter Burke, Michel Foucault, Márcio Seligmann-Silva, Erving Goffman, among others.