Merleau-Ponty leitor de Bergson: do vitalismo ao primado da ação

Revista Ideação

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ISSN: 2359-6384
Editor Chefe: Laurenio Leite Sombra
Início Publicação: 31/01/1997
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Filosofia

Merleau-Ponty leitor de Bergson: do vitalismo ao primado da ação

Ano: 2013 | Volume: 0 | Número: 27
Autores: Zunino, P. E. A.
Autor Correspondente: M. G. Rodrigues (editor) | [email protected]

Palavras-chave: Bergson; Merleau-Ponty; ação vital; inteligência; instinto; diferença.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O objetivo deste artigo é examinar a noção bergsoniana de “ação vital”, concebida como uma atividade inerente à vida, característica do processo evolutivo, que imediatamente levanta a seguinte questão: Por que insistimos em ver uma superioridade da inteligência humana em relação ao instinto animal, se não são duas atividades da mesma ordem que se possam hierarquizar? A evolução criadora (1907), na medida em que oferece uma formulação completa desse problema, pode ser lida como uma crítica às filosofias da natureza, na qual se insere o debate que Merleau-Ponty quer iniciar n’A estrutura do comportamento (1942) ao propor, seguindo Aristóteles, três ordens de comportamento (física, vital e humana). Antes de entrar nesse debate – ou melhor, para entrar nele – é preciso esclarecer ao menos dois aspectos do pensamento de Bergson: em primeiro lugar, a afirmação de que a inteligência e o instinto se opõem e se completam e, em seguida, a distinção entre diferença de grau e diferença de natureza. Com efeito, o primeiro tipo de diferença supõe uma diferença de intensidade, justamente, a que não se verifica entre essas três formas de vida (vegetativa, instintiva e racional) – porquanto ali não há aumento progressivo que indique graus de superioridade. Entretanto, é possível que Bergson reconheça entre elas uma diferença de natureza. Se assim for, em que sentido devemos compreender essa diferença?



Resumo Inglês:

The aim of this article is to examine the bergsonian notion of "vital action", conceived as an activity inherent to life, characteristic of the evolutionary process, which immediately raises the question: Why do we insist on seeing a superiority of human intelligence in relation to animal instinct if they aren’t two activities of the same order that we can prioritize? The Creative Evolution (1907), as it offers a complete formulation of this problem can be read as a critique of the philosophy of nature in which fits the debate that Merleau-Ponty wants to start in The Structure of Behavior (1942) by proposing, following Aristotle, three orders of behavior (physical, vital and human). Before entering this debate – or better, to get in it – we need to clarify at least two aspects of Bergson's thought: first, the claim that intelligence and instinct are opposed and complementary, and then, the distinction between difference of degree and difference of nature. Indeed, the first type of difference implies a difference of intensity, precisely, what is not the case among these three life forms (vegetative, instinctive and rational) - because there is no progressive increase indicating degrees of superiority. However, it is possible that Bergson recognizes a difference of nature between them. If so, in what sense we must understand this difference?