Este artigo aborda o processo de elaboração de uma interpretação da Sonata nº 1 para violino e piano de Almeida Prado, numa abordagem que procura esclarecer questões relacionadas à performance do ponto de vista do intérprete e da sua prática performática. A partir do modelo operativo proposto por Correia (2007), investigou-se a escrita da parte do violino e suas implicações interpretativas, assim como o uso da metáfora enquanto recurso expressivo. Elementos recorrentes na parte do violino indicam uma preocupação do compositor em explorar efeitos de ressonância e o aspecto lírico do instrumento. Seu uso particular de indicações metafóricas aparece intrínseco ao gesto musical, revelando uma especificidade que transcende a notação musical.
This article discusses the process of elaborating an interpretation of the Sonata nº 1 for violin and piano by Almeida Prado, in an approach that seeks to clarify questions related to performance from the interpreter’s point of view. Considering the operative model proposed by Correia (2007), this work investigates the particularities of the composer’s writing of the violin part and their interpretative implications, as well as the use of metaphor as an expressive resource both by the composer and by the interpreter. Recurring elements in these works indicate a concern of the composer in exploring effects of resonance and the singing quality of the violin. His particular use of metaphorical cues appears intrinsic to the musical gesture, revealing a specificity that transcends musical notation.