O propósito desse artigo é discutir como a criação de memórias coletivas, em ambientes programáveis e com uso de metadados, provoca o intercruzamento das memórias comunicativas com as memórias culturais e permite o surgimento de arquiteturas de memória, aqui denominadas memórias culturais em permanente estado de construção. Os projetos analisados aqui parecem indicar que as memórias mediadas tecnologicamente, com uso de metadados, não são simplesmente formas de registro amplificadas, mas sim se apresentam como uma criação de memórias culturais a partir de uma poética baseada em metadados. Para compreender melhor a relação entre memórias culturais e comunicativas, o artigo apresenta e discute questões relativas ao caráter coletivo de registro desses tipos de memórias. A pesquisa aqui apresentada faz parte de um projeto de pesquisa mais amplo, financiado pela FAPEMIG, e cujo objetivo final é produzir experimentos que testem a hipótese que ora se discute, sobre novas arquiteturas para memórias culturais em ambientes programáveis.