Este trabalho procura descrever, de maneira sucinta, o método bergsonista. Para isso, sugere aproximações entre o bergsonismo e a fenomenologia naquilo que se propõe um “empirismo radical”, ao mesmo tempo que demonstra a sua superação ao encaminhar-se do fenomênico ao real, do para si ao em si. Na busca da realidade em si mesma o bergsonismo descortinará uma realidade ampliada para além dos quadros do intelectualismo clássico, ombreando as pesquisas surrealistas do romantismo e da Escola de Frankfurt, somando-se a eles naquilo que empenharão a crítica à razão instrumental entendida como o todo das possibilidades da razão, concepção racionalista herdada da modernidade positivista que, em última instância, reifica o mundo natural e opõe ser humano e natureza de forma radical. A superação deste estreitamento da razão resolverá não só problemas teóricos da História da filosofia: a aposta de Bergson é que fazê-lo significará a um só tempo elevar o padrão moral da humanidade.