O presente trabalho tem como objetivo a discussão do uso da metaficção no filme Táxi Teerã, de Jafar Panahi. Nele observamos como a metaficção é um instrumento de empoderamento do seu cineasta, que se encontra em situação legal extremamente delicada em seu país, para criticar o contexto político do Irã e, de forma geral, em problematizar questões a respeito do realismo da imagem cinematográfica e a postura do espectador perante ela. Utilizamos como aporte teórico os textos sobre metaficção de Patricia Waugh, Robert Stam, Linda Hutcheon e Gustavo Bernardo, assim como as discussões de Bill Nichols e André Bazin sobre documentário e realismo. O artigo contribui não apenas para discussões sobre metaficção e cinema iraniano, como também para aquelas que envolvem censura, liberdade de expressão e repressão política nas artes.