As diferentes experiências participativas surgidas no Brasil na década de 1990 colaboraram para que o
paÃs tornasse-se, como diz Tatagiba, em “um celeiro de experiências inovadoras de gestãoâ€. Um dos
destaques dentre as várias experiências de governança é o Orçamento Participativo (OP): programa que
ao longo dos anos tem sido palco de intensos debates e estudos e colecionado admiradores e crÃticos.
Entretanto, apesar de sua fama e dos diversos estudos, poucos buscaram avaliar o desempenho e a
sensibilidade do programa ao governo eleito no municÃpio. Este artigo investiga o programa de orçamento
participativo do municÃpio de Porto Alegre entre 1989 e 2008, analisando especificamente a sensibilidade
do programa às mudanças de governo entre as gestões do Partido dos Trabalhadores (PT) de 2001-2004
e do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) de 2005-2008. Ou seja, investigamos se a
mudança de partido no controle da prefeitura, mantendo o OP em funcionamento, afetou, no entanto, seu
desempenho. Nossa análise indica que o funcionamento do programa é bastante afetado pelo partido
polÃtico que o implementa e que, portanto, o programa peca por baixa institucionalização, mesmo em seu
caso de maior sucesso: o municÃpio de Porto Alegre.