Este ensaio tem como proposta apresentar o problema etnológico das políticas ameríndias por meio de um esforço de atualização das ideias de Pierre Clastres, notadamente, a ideia de “contra-Estado”. Para tanto, inicia com a exposição de casos contemporâneos, passando pelas principais teses do autor e as críticas que lhes foram dirigidas, para chegar a uma discussão sobre criação e oscilação das formas políticas ameríndias (no passado como no presente), tendo em vista sua relação com uma ontologia “perspectivista”.
This essay focuses the ethnological problem of amerindian politics reconsidering Pierre Clastres’ idea of “society against the State”. It starts with an exposition of contemporary cases involving elections and sorcery. Then it discusses the main thesis of Clastres’ work, as well as the main critics it has received. Finally, it reaches a debate on the creation and oscilation of amerindian political forms (in the past and in the present), regarding their relationship with the so called “perspectivist” ontology.