Meteoritos no pomar: sobre o potencial construtivo da integração funcional

Revista Orfeu

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ISSN: 2525-5304
Editor Chefe: Guilherme Antonio Sauerbronn de Barros, Teresa Mateiro
Início Publicação: 01/06/2016
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Artes

Meteoritos no pomar: sobre o potencial construtivo da integração funcional

Ano: 2020 | Volume: 5 | Número: 1
Autores: Francisco Zmekhol Nascimento de Oliveira
Autor Correspondente: Francisco Zmekhol Nascimento de Oliveira | [email protected]

Palavras-chave: composição musical, tonalidade funcional, forma musical, integração funcional.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

De Monteverdi a Mahler, R. Strauss e o jovem Schoenberg, a tonalidade constantemente desafiou suas próprias bases morfológicas e mostrou-se, ademais, rica em formas e em procedimentos formais. O presente  artigo  tem  por  objetivo demonstrar o potencial  construtivo de um procedimento composicional  que  denomino integração  funcional, o qual consiste em imbuir contextualmente de funcionalidade acordes, fragmentos melódicos  etc. concebidos por meios alienígenas à tonalidade funcional. Para tanto, exponho aqui os mínimos requisitos morfológicos para que as  propriedades construtivas da tonalidade – como, e.g., as relações funcionais entre  seções  formais ou as relações  de reciprocidade entre níveis locais e níveis mais amplos de organização harmônica – operem; e relato o processo de composição  de uma peça para clarineta, na qual realizo um tal processo de integração funcional. Concluo, em especial, que esse procedimento propiciou uma relação constante de descoberta com  a tonalidade e com a forma resultante, não prescrita e singular.



Resumo Inglês:

From Monteverdi to Mahler, R. Strauss and  young  Schoenberg, tonality  has co-stantly challenged its very morphological bases and, moreover, it has proved to be rich in terms of forms and formal procedures. The main aim of  thi  paper is to demonstrate the structuring potential of a compositional procedure I call  functional integration, which consists in contextually imbuing  functionality into chords, melodic excerpts etc. conceived by means other than functional tonality. For this  purpose, I present  the minimal morphological criteria for the structuring properties of  to-nality to  work  (e.  g.,  the  functional relations between sections of a work or the relations of reciprocity between local and larger scale levels of  harmonic organiza-tion); and I report the compositional process of a clarinet piece, in which a process of functional integration is performed. In particular, I conclude that such a proce-dure has, above all, favored a constant at-titude of discovery towards both tonality and the unique resulting form.