MICROFINANÇAS - SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA VERSUS ALCANCE SOCIAL NA ÁFRICA SUBSARIANA

Revista de Gestão Finanças e Contabilidade

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ISSN: 2238-5320
Editor Chefe: Maria de Fátima Araújo Frazão
Início Publicação: 31/12/2010
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Ciências Contábeis

MICROFINANÇAS - SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA VERSUS ALCANCE SOCIAL NA ÁFRICA SUBSARIANA

Ano: 2013 | Volume: 3 | Número: 3
Autores:
Autor Correspondente: Nuno Miguel Teixeira; Elves Rodrigues | [email protected]

Palavras-chave: Microfinanças, Sustentabilidade Financeira, Alcance Social, Trade-off e Africa Subsariana.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O presente trabalho tem como objetivo analisar a sustentabilidade financeira versus alcance social das instituições de microfinanças na região da Africa Subsariana. A amostra foi constituída por 246 instituições de microfinanças presentes nessa região que têm os seus resultados publicados na base de dados da organização MIX (Microfinance Information Exchange) no ano de 2009, sendo esta a fonte de informação mais completa sobre o setor. Para a realização do estudo, consideraram-se vários indicadores sociais e financeiros de referência para as entidades especializadas na avaliação do desempenho das instituições de microfinanças (como são os casos da MIX e da Planet Rating) e que são normalmente utilizados em trabalhos de investigação similares. De acordo, com os resultados obtidos verificou-se que as instituições com montantes de empréstimos inferiores face ao PIB per capita do respetivo país onde exercem a atividade conseguem ter, um maior alcance social, porque concedem empréstimos de mais pequena dimensão, cujo público-alvo são os clientes com menos rendimentos e abrangem um maior número de mulheres nas operações financeiras que realizam. Evidenciou-se, também, a existência de trade-off entre alcance social e desempenho financeiro, ou seja, as instituições que tinham como público-alvo os mais pobres apresentavam indicadores económicos e financeiros menos positivos. Genericamente, constatou-se que as instituições com maior foco nos mais pobres tinham rendibilidades mais baixas, embora cobrassem taxas de juros mais altas e tivessem melhores indicadores de eficiência na atividade. Relativamente à estrutura financeira, verificou-se que essas instituições não têm tanta capacidade para atrair depósitos e apresentam uma autonomia financeira superior face às outras, possivelmente por terem acesso a donativos e subsídios de fundos perdidos, pois, em média os resultados gerados na atividade são negativos e por si só não garantem a sustentabilidade financeira. Finalmente, estudaram-se as condicionantes do desempenho financeiro das microfinanças na África Subsariana, tendo-se constatado que são sobretudo a dimensão e a eficiência que condicionam a rendibilidade da atividade.



Resumo Inglês:

This paper aims to analyze the financial sustentability versus social impact of microfinance institutions in sub-Saharan Africa region. The sample consisted of 246 microfinance institutions present in this region that have their results published in the database of the organization MIX (Microfinance Information Exchange) in 2009, which is the most complete source of information of the sector. For the study, we considered various social and financial indicators that are a reference for specialized entities in evaluating the performance of microfinance institutions (as in the case of MIX and Planet Rating) and are typically used in similar research. In accordance with the results obtained institutions with lower amounts of loans to GDP per capita of the respective country in which they perform the activity can have a far social reaching, because they concede smaller borrows, whose target are customers with less income and cover a greater number of women in their financial operations. It was evident, too, the existence of trade-off between social impact and financial performance, in other words, the institutions that had the poor as its target, showed economic and financial indicators less positive. Generally, it was found that institutions with greater focus on the poorest obtained lower profitability’s, although offered higher interest rates and had better efficiency indicators in the activity. Regarding financial structure, it was found that these institutions do not have much capacity to attract deposits and present a higher financial autonomy against other, possibly because access to more donations or grants, once the average results generated in the activity are negative and by itself does not guarantee financial sustainability. Finally, we studied the constraints of the financial performance of microfinance institutions in sub-Saharan Africa region and it was found that it is mainly the size and efficiency that affect the profitability of the activity.



Resumo Espanhol:

Este trabajo tiene como objetivo analizar el impacto financiero versus alacance social de las instituciones de microfinanzas en la región de África al sur del Sahara. La muestra fue compuesta por 246 instituciones de microfinanzas presentes en esta región que tienen sus resultados publicados en la base de datos del organización MIX (Microfinanzas Información Exchange) en 2009, que es la fuente más completa de información sobre el sector. Para el estudio, se consideraron diversos indicadores sociales y financieros que son una referencia para las entidades especializadas en la evaluación del desempeño de las instituciones de microfinanzas (como es el caso de MIX y Planet Rating) y se utilizan típicamente en investigaciones similares. De acuerdo con los resultados obtenidos se muestra que las instituciones con valores menores de préstamos en comparación al PIB per cápita de cada país donde realizan su actividad pueden tener un mayor alcance social porque conceden préstimos de menor dimensión, cuyo publico albo son los clientes con menos ingresos y cubren un mayor número de mujeres en las operaciones financieras que realizan. Se evidencia, también, la existencia de trade-off entre el impacto social y desempeño financiero, es decir, las instituciones que tenían como público albo los más pobres mostraron indicadores económicos y financieros menos positivos. En general, se encontró que las instituciones con mayor énfasis en los más pobres tenían menores rentabilidades, aunque que cobrasen tasas de interés superior y que tenían mejores indicadores de eficiencia en la actividad. Cuanto à la estructura financiera, se encontró que estas instituciones no tienen mucha capacidad de atraer depósitos y presentan una mayor autonomía financiera frente a las otras, posiblemente porque tienen mas acceso a subsidios de fondos perdidos y donativos, porque en media los resultados que se generan en la actividad son negativos y por sí mismos no garantizan la sostenibilidad financiera. Por último, se estudió las limitaciones de los resultados financieros de las microfinanzas en África al sur del Sahara, e se ha encontrado que es principalmente el tamaño y la eficiencia que afectan a la rentabilidad de la actividad de estas instituciones.