MIELITE ESQUISTOSSOMÓTICA: UM RELATO DE CASO

Revista de Ciências da Saúde Nova Esperança

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ISSN: 23177160
Editor Chefe: Ana Lima Dantas
Início Publicação: 30/07/2013
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Ciências Agrárias, Área de Estudo: Agronomia, Área de Estudo: Medicina Veterinária, Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Educação física, Área de Estudo: Enfermagem, Área de Estudo: Farmácia, Área de Estudo: Fisioterapia e terapia ocupacional, Área de Estudo: Medicina, Área de Estudo: Nutrição, Área de Estudo: Odontologia, Área de Estudo: Saúde coletiva, Área de Estudo: Psicologia, Área de Estudo: Multidisciplinar

MIELITE ESQUISTOSSOMÓTICA: UM RELATO DE CASO

Ano: 2018 | Volume: 16 | Número: 2
Autores: Mota, C., Videres Filho, A., Vitorino, E., & Araújo, J. (2019).
Autor Correspondente: Clélia de Alencar Xavier Mota | [email protected]

Palavras-chave: Esquistossomose., Mielopatia esquistossômica., Neuroesquistossomose.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A esquistossomose mansônica constitui um sério problema de saúde pública no Brasil, podendo levar o indivíduo a consequências graves, como o comprometimento do sistema nervoso central. Atualmente, diante da maior frequência das formas medulares da esquistossomose, tornam-se cada vez mais necessárias investigações clínico-laboratoriais em pacientes com quadro clínico sugestivo. A descrição do caso do paciente em estudo torna-se relevante para os profissionais de saúde, auxiliando-os no diagnóstico e tratamento precoces. W.T.M., 30 anos, relatou dor lombar, irradiada para os membros inferiores, paraparesia e retenção urinária, 60 dias após banho de rio. Cerca de 12 dias após o início dos sintomas e diversas passagens por hospitais, os exames foram compatíveis com mielite transversa esquistossomótica, ficando o paciente internado, em uso de corticoesteróides e praziquantel. Apresentou melhora progressiva do quadro, porém persiste, até hoje, com paraparesia, dores neuropáticas e bexiga e intestino neurogênicos. A mielorradiculopatia esquistossomótica é a forma ectópica mais grave e incapacitante da infecção pelo Schistosoma mansoni. As manifestações clínicas são diversas, sendo frequente a tríade prodrômica dor lombar, alterações de sensibilidade de membros inferiores e disfunção urinária. Estas manifestações surgem de forma aguda e subaguda, com piora progressiva e acumulativa de sinais e sintomas, e em torno de 15 dias é instalado o quadro. O diagnóstico se baseia na tríade: manifestações clínicas, exclusão de outras causas de mielopatia e presença da infecção pelo S. mansoni. O tratamento é baseado em medidas específicas contra o parasito, profiláticas das possíveis complicações e abordagem multidisciplinar. O diagnóstico de mielite esquistossomótica deve ser sempre lembrado quando houver quadro neurológico suspeito e antecedente epidemiológico de esquistossomose, para a realização de tratamento adequado, evitando-se sequelas. O combate a esta doença deve se basear nas medidas de saneamento básico e de educação sanitária.



Resumo Francês:

Schistosomiasis mansoni is a serious public health problem in Brazil and may lead to serious consequences such as central nervous system impairment. Currently, due to the higher frequency of spinal cord forms of schistosomiasis, clinical and laboratory investigations in patients with suggestive clinical condition are becoming increasingly necessary. The case description of the patient under study becomes relevant to health professionals, assisting them in early diagnosis and treatment. W.T.M., 30 years old, reported lower back pain, irradiated to the lower limbs, paraparesis and urinary retention 60 days after a river bath. About 12 days after the onset of symptoms and several hospital visits, the exams were compatible with schistosomal transverse myelitis, and the patient was hospitalized on corticosteroids and praziquantel. It presented progressive improvement of the condition, but persists to this day, with paraparesis, neuropathic pain and neurogenic bladder and bowel. Schistosomal myeloradiculopathy is the most severe and disabling ectopic form of Schistosoma mansoni infection. Clinical manifestations are diverse, with prodromal triad of low back pain, lower limb sensitivity changes and urinary dysfunction. These manifestations appear in an acute and subacute form, with progressive and cumulative worsening of signs and symptoms, and around 15 days the picture is installed. The diagnosis is based on the triad: clinical manifestations, exclusion of other causes of myelopathy and presence of S. mansoni infection. The treatment is based on specific measures against the parasite, prophylactic of possible complications and multidisciplinary approach. The diagnosis of schistosomiasis myelitis should always be remembered when there is a suspected neurological condition and an epidemiological history of schistosomiasis, to perform appropriate treatment, avoiding sequelae. The fight against this disease should be based on sanitation and health education measures.