Mito e representação feminina em "O Forte" de Adonias Filho

Anuário De Literatura

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Pós-Graduação em Literatura - Centro de Comunicação e Expressão - Campus Universitário - Trindade - Florianópolis
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ISSN: 21757917
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Início Publicação: 30/11/1993
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Letras

Mito e representação feminina em "O Forte" de Adonias Filho

Ano: 2012 | Volume: 17 | Número: 1
Autores: Luciano Santos Neiva, Sandra Maria Pereira do Sacramento
Autor Correspondente: Anuário de Literatura | [email protected]

Palavras-chave: linguagem, representações, mito, identidade feminina

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Resumo Português:

Com o objetivo de analisar os aspectos que tornam as representações de gênero como atualizadoras da redefinição da construção identitária, em contraponto ao legado fonofalologocêntrico eurodescendente, a partir da constituição do mito em O Forte de Adonias Filho; este artigo parte do princípio de que natureza fragmentada do ser humano contraria a pretensa homogeneização do ser, moldada pela abstrata universalidade moderna, cuja máxima é a racionalidade. Tal racionalidade ocidental, falocêntrica, branca, ignorou a heterogeneidade e não permitiu o surgimento de outras vozes, enquanto sujeitos do conhecimento. O presente artigo parte da hipótese de que o Forte é um elemento totêmico e desencadeia as relações míticas, que estabelecem tabus e possibilita – por ser o mito uma entidade pré-lógica ocidental – uma redefinição das representações femininas, em contraponto ao legado fonofalologocêntrico eurodescendente, ao longo das narrativas. O amor incondicional de Adonias Filho à condição humana nos permitiu, neste artigo, adentrar no recôndito de seres, marcados tanto pelo espaço, quanto pelo tempo, numa dimensão mítica. Se a memória do discurso ocidental revelou, em sua formação, pela via da padronização e da racionalização, princípios como a unidade, o fechamento, a ordem, o anseio do absoluto e a racionalidade, a memória mítica transpõe o pré-dado, possibilitando o olhar multifacetado.