A mobilidade cotidiana no espaço é uma das características fundamentais da contemporaneidade e vem se apresentando como marca imprescindível da conexão das pessoas com o mundo, com os recursos e as oportunidades. Entretanto, as desigualdades sociais expressas no espaço também se traduzem nas condições de movimentar-se pela cidade, que se tornam mais acirradas, sobretudo para os grupos sociais em áreas com ocorrências de desastres ambientais. Em tempos de ampliação das incertezas e novos riscos, a relação entre a mobilidade e a imobilidade nessas áreas se torna ainda mais complexa. Através de entrevistas de caráter qualitativo, o objetivo exploratório deste artigo é refletir e suscitar elementos empíricos sobre a mobilidade cotidiana para o trabalho de pessoas residentes em áreas que experimentaram a ocorrência de desastres em Campos dos Goytacazes/RJ. Elas vivem, nesses tempos de incertezas agravados pela pandemia do novo coronavírus, o dilema da necessidade simultânea de permanência em casa e de saída para trabalhar.
The daily mobility in space is one of the fundamental characteristics of contemporary times and it has been presenting itself as an essential mark of the connection of people with the world, with resources and opportunities. However, the social inequalities expressed in the space are also reflected in the conditions of moving around the city, which become more difficult, especially for social groups in areas with occurrences of environmental disasters. In times of growing uncertainty and new risks, the relationship between mobility and immobility in these areas becomes even more complex. Through qualitative interviews, the exploratory objective of this article is to reflect and collect empirical elements about the daily mobility to the work of people living in areas that have experienced the occurrence of disasters in Campos dos Goytacazes (Brazil). In these times of uncertainty aggravated by the pandemic of the new coronavirus, they face the dilemma of the simultaneous need to stay at home and go out to work.
La movilidad diaria en el espacio es una de las características fundamentales de la contemporaneidad y se presenta como una marca imprescindible de la conexión de las personas con el mundo, con los recursos y las oportunidades. Sin embargo, las desigualdades sociales expresadas en el espacio también se reflejan en las condiciones de desplazamiento por la ciudad, que se vuelven más difíciles, especialmente para los grupos sociales en áreas con ocurrencias de desastres ambientales. En tiempos de creciente incertidumbre y nuevos riesgos, la relación entre movilidad e inmovilidad en estas áreas se vuelve aún más compleja. A través de entrevistas cualitativas, el objetivo exploratorio de este artículo es reflexionar y plantear elementos empíricos sobre la movilidad laboral diaria de las personas que viven en áreas de ocurrencia de desastres en Campos dos Goytacazes (Brasil). En estos tiempos de incertidumbre agravados por la pandemia del nuevo coronavirus, ellas afrontan el dilema entre la necesidad simultánea de quedarse en casa y salir a trabajar.