As revistas femininas foram, entre as décadas de 1950 a 1970, uma importante fonte de referência para as mulheres da classe média brasileira. Nesses periódicos circulavam ideias sobre aparência e comportamento, em outras palavras, sobre as modas e os modos ditos femininos. Lições sobre beleza, decoro, casamento, maternidade e culinária estampavam as páginas, bem como as imagens de mulheres consideradas belas e os anúncios publicitários embutidos de artigos para a vida doméstica feminina. Todavia, a vida das mulheres nesse período mudava com a já adquirida inserção nos empregos fora do lar, os avanços técnico-científicos e educacionais. As revistas precisavam comportar o mesmo dinamismo, embora tivessem dificuldades em identificar apenas um tipo de mulher como público-alvo. Para manterem-se interessantes para esses públicos eram necessárias concepções mais generalistas. Num cenário no qual falar de feminino precisou também abarcar o feminismo, as revistas amparavam os enlaces culturais, entre mudanças e permanências, de uma época.
Women's magazines were, between the 1950s and 1970s, an important reference source for women in the Brazilian middle class. In these periodicals ideas about appearance and behavior circulated, in other words, about the so-called feminine fashions and manners. Lessons on beauty, decorum, marriage, motherhood and cooking stamped the pages, as well as images of women considered beautiful and the advertisements embedded in articles for female domestic life. However, women's lives in that period changed with the already acquired insertion in jobs outside the home, the technical-scientific and educational advances. Magazines needed to be as dynamic, although they had difficulties in identifying only one type of woman as a target audience. To remain interesting for these audiences, more generalist conceptions were needed. In a scenario in which talking about feminine also needed to embrace feminism, magazines supported the cultural links, between changes and permanences, of an era.