O presente artigo discute os principais fatores que foram preponderantes na expansão da soja em várias regiões brasileiras. Além de destacar que nas últimas décadas a agropecuária passou por profundas transformações, como a centralização de capitais (via articulação do capital monopolista), ocupação de novas áreas (em especial o Centro-Oeste), desagregação da produção de autoconsumo, transformação de parte da pequena produção em produção especializada e com alta produtividade integrada ao mercado e de uma parte do latifúndio em empresas capitalistas, expansão na produção de alimentos para o mercado interno e externo, esse último se realizou a partir de uma inserção competitiva do Brasil no mercado mundial de alimentos por meio do crescimento e da diversificação dos produtos agrÃcolas, êxodo rural, utilização de pouca mão-de-obra para o trabalho agrÃcola, intensa mecanização e utilização de insumos, suporte técnico e cientifico ofertado por empresas privadas e pelo Estado. Sendo assim, a cultura eleita como “carro chefe†das mudanças na base técnica da produção, desencadeado a partir de meados da década de 1960, foi sem dúvida a soja. Sua expansão teve suporte estatal nunca visto no Brasil, através de oferta de crédito abundante para a compra de máquinas e insumos. Até mesmo quando a polÃtica não era dirigida à soja, esta obteve benefÃcios. Todas essas mudanças provocaram transformações socioespaciais nos mais diversos lugares por onde a soja se expandiu. No referido artigo o estado do Paraná, segundo maior produtor brasileiro, recebeu atenção especial, com uma analise de como ocorreu tais mudanças tanto nas técnicas de produção, na estrutura social, econômica e consequentemente na reorganização espacial.