A região do rio Madeira foi espaço de frequentes conflitos e disputas na primeira metade do século XVIII, por se tratar de uma zona fronteiriça entre os domínios castelhanos e portugueses na Amazônia. Neste artigo pretende-se analisar como este espaço é representado nos relatos de duas expedições: a do Sargento-mor luso-brasileiro Francisco de Melo Palheta em 1722, de caráter oficial, e a do comerciante e minerador português Manuel Félix de Lima em 1742, de caráter particular. E como tais representações—sobretudo a respeito do espaço e das relações vivenciadas entre indígenas, missionários e monçoeiros neste sertão—contribuíram para a reformulação das políticas portuguesas de ocupação territorial efetiva da região, bem como para a mudança gradual na organização social dos sertões amazônicos no século XVIII.
La región del río Madeira fue un espacio de frecuentes con昀氀ictos y disputas en la primera mitad del siglo XVIII, por ser una zona fronteriza entre los dominios español y portugués en la Amazonía. En este artículo pretendo analizar cómo se representa este espacio en los relatos de dos expediciones: la del Sargento Mayor Portugués-Brasileño Francisco de Melo Palheta en 1722, de carácter o昀椀cial, y la del comerciante y minero portugués Manuel Félix de Lima, en 1742, de carácter privado. Y cómo tales representaciones—especialmente en lo que respecta al espacio y las relaciones vividas entre pueblos indígenas, misioneros y monçoeiros en este sertão—contribuyeron a la reformulación de las políticas portuguesas para la efectiva ocupación territorial de la región, así como al cambio paulatino en la organización social de los sertões amazónicos en el siglo XVIII.