A MORADA DO PENSADOR: HERÁCLITO NA PERSPECTIVA DE HEIDEGGER

Revista Ideação

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ISSN: 2359-6384
Editor Chefe: Laurenio Leite Sombra
Início Publicação: 31/01/1997
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Filosofia

A MORADA DO PENSADOR: HERÁCLITO NA PERSPECTIVA DE HEIDEGGER

Ano: 2018 | Volume: 1 | Número: 38
Autores: Renato Kirchner
Autor Correspondente: Renato Kirchner | [email protected]

Palavras-chave: Morada, Ethos, Pensamento, Heráclito, Heidegger

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A presente reflexão assume a tarefa de procurar entender uma estória costumeiramente contada e atribuída a Heráclito. Heidegger surpreende-nos na medida em que, em sua interpretação da mesma estória na perspectiva do pensamento desenvolvido no contexto de Ser e tempo, é possível compreender que Heráclito não mora mesmo num lugar qualquer, pois pode ser que propriamente não mora num lugar qualquer no sentido que compreendemos usualmente. De fato, num de seus fragmentos, Heráclito diz: “A morada do homem, o extraordinário”. O extraordinário não deve ser buscado fora do lugar em que Heráclito já se encontra e mora. Sua morada é suficientemente grávida de sentido do mistério, isto é, do ser que lhe atinge em sua existência. A morada do pensador é seu ethos. Este ethos perfaz o círculo aberto-fechado como disposição de ser na abertura essencializadora de pertença já atida a uma condição primordial, qual seja, o lugar essencial do ser-aí humano.



Resumo Inglês:

The present reflection assumes the task of trying to understand a story usually told and attributed to Heraclitus. Heidegger surprises us insofar as, in his interpretation of the same story in the perspective of thought developed in the context of Being and Time, it is possible to understand that Heraclitus does not dwell even in any place, for it may be that there is no place in the which we usually understand. In fact, in one of its fragments, Heraclitus says: “The abode of man, the extraordinary”. The extraordinary should not be sought outside the place where Heraclitus already lies and dwells. His dwelling is sufficiently pregnant with a sense of the mystery, that is, of the being that strikes him in his existence. The dwelling of the thinker is his ethos. This ethos makes the open-closed circle a disposition to be in the essentialising opening of belonging already attached to a primordial condition, that is, the essential place of the human being-there.